Eu pensei que seria eterno,

que nunca haveria fim,

mas de repente, cessou o inverno

e o amor virou refém.

Agora, percebo que é passageiro,

instável e frágil, assim como o vento,

rumando para um destino derradeiro,

e eu, novamente, choro ao lamento.

Toda essa sensação de vazio,

a escuridão que me envolve,

faz-me pensar que hoje e amanhã são somente dias,

e que o para sempre não existe, como eu resolvo?

Tudo acabou tão rápido, tão simples,

como um oásis que um dia secou,

e eu, tão cega, acreditei em tantas coisas,

mas agora, o que sobrou?

O amor escorre pelos meus dedos,

e minhas lágrimas ajudam a diluí-lo,

só consigo pensar que foi tudo um sonho,

e, ao deitar, sinto-me só, imersa em meu próprio mundo.

Quando acordo, sei que estive sempre sozinha,

e meu coração se despedaça em pedaços,

implorando para que você fique,

pois é de você que eu preciso, o meu alicerce.

Como pode me abandonar, se você está em mim?

É em você que eu penso, é com você que quero estar,

como não chorar, se você é o meu ninho,

me preenchendo, me protegendo, me fazendo amar?

E em meu desespero, peço forças para Deus,

para que você não saia da minha vida,

pois é você que dá sentido a ela,

e que a eternidade seja pouco para o nosso amor, na despedida.

Jaqueline Alexandria
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