A PONTE FICOU SÓ



A ponte ficou só... secou o rio
Jazendo pedras alvas lá no fundo;
Há cardos, folhas secas, um baldio
Num espaço de desânimo profundo



É todo um sentimento de vazio
Desta desolação tão oriundo...
E fico contemplando em arrepio
Que de lembranças tristes já me inundo:



À mente vem-me o dia em que partiste...
O céu no seu azul tornou-se triste
E o tempo não voltou a ser o mesmo;



Estava-te ainda a vida no começo...
Beijei-te... e minha estrada no regresso
Nem sei como a venci, pois foi a esmo.



Joaquim Sustelo

Joaquim M. A. Sustelo
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