MAQUIAVEL E SEUS MANÉS

Pra forca com o politicamente correto!
Do povo só querem que permaneça quieto.
Pra Barrabás, a ignorância deu clemência.
Massa corrida não carece ter ciência.
 
Ah gente mista, quem lhe castrou?
Povo heroico que não brada mais
se é que algum dia de fato bradou.
 
O ladrão formado dispensa ocasião
pra tirar das bocas e das mãos do peão.
O ladrão bem trajado tranca a cadeado
despensa e gabinete, o esfomeado.
 
Ah gente sexuada, quem lhe aliciou?
Povo que faz das xepas carnavais,
quem, do seu paladar o menu, retirou?
 

O assassino dorme sem sangue na mão,

dorme longe do crime, das moscas, do soluço...

Trabalha engraxado, boneco gorducho,

eleito pelo peão comido no gamão.

 
Ah gente sadia, quem a contaminou?

Povo honesto confuso em rituais,

quem, sua saúde mental, esculhambou?

 

O executor sabe que o conhecimento

é caixa de Pandora ao seu regimento;

dando à Luz passagem só de ida,

da legislação faz arma genocida.

 

Ah gente analfa, quem a ensinou?

Povo de Deus, de dolos ancestrais,

quem nesse sangue, a anemia, refinou?

 

O lobo desfila no seu importado

vendo pelo insulfilm o pasto comportado.

Logo saliva imaginando que prato cheio

dará tal gado morto noutro pleito.
 
Ah gente ensaiada, roteiro colado,
Faz um digno filme B do seu país,
tendo cachê à altura do filmado.

Praciano
© Todos os direitos reservados