Juventude: garrafa de vinho secada.
Taças sem cor: sobras da madrugada.
Beijos e arquejos: vinhas fermentadas.
Mas a juventude sente-se acuada.
Será a vida que afugenta?
Os pais que adoenta?
A vida dos pais que adoenta a vida?
 
Jovens culpando velhos: inafiançável.
A juventude é irreversível
Café no branco linho,
No sofá creme vinho;
O jovem é livre, não decassílabo.
 
Cada beijo na noite dado,
Cada manhã vendo, do sol, o parto;
Cada tarde lacrimogênea
Cada lua heterogênea...
Seja outono ou inverno,
Juventude é setembro a março.
Inocência morta de forma inocente
E o responder pelo já existente.
 
Água a virar vinho...
A toda gente servido.  
Feito água bebido.

Praciano
© Todos os direitos reservados