Minha vida tem sido,

ou tem deixado de ser,

ora sou bandido,

ora rezo para viver.

 

É como uma carta escrita,

sem nenhum destinatário,

o selo deixei de lado,

as frases restritas,

o conteudo é fechado,

e o carteiro não pertence ao itinerário.

 

Eu escolhi me fechar,

pra me abrir há algo que valha a pena,

enquanto espero a inquisição,

agora me abro sem encenar,

a alma mais pequena,

sem culpa e sem perdão.

 

Enquanto sorvo do ultimo gole,

preparo a cartada final,

por que na vida é que se escolhe,

se o bom é ser do bem ou do mal.

 

Preparo a mentira,

pra falar a verdade,

enquanto escolho as palavras,

posso argumentar a ira,

e falar da realidade,

e assim uso das falas,

com um belo pretexto,

pra mostrar que das rimas,

se fazem textos,

e das meninas,

um belo contexto.

 

Ensaiadas em seus andares

levadas em suas curvas,

amadas em seus altares,

menos vestidas mais nuas,

mais meninas menos censuras,

mulheres vividas com suas coroas,

outras inexperientes,

nos fazem a toa,

nos fazem carentes.

 

Dos meninos guardo um quarto,

cheio de duplo sentido,

se for preciso formar um ato,

dos acontecimentos vividos,

prefiro me resguardar ao fato,

de que todos esses anos mal vividos,

escondo calado,

o que explicariam o falado,

poder do libido.

e hoje é um retrato,

em um quarto escondido.

 

Do terceiro sexo,

completa simetria,

um angulo reto,

mais um convexo,

forma-se a cria,

um pouco complexo,

um tanto dislexico,

sem dizer que aprendia,

excêntrico na forma,

estranho no jeito,

e que aos poucos contorna,

o que  em muito se  torna,

estranho preconceito.

 

Dos sexos prefiro a distância,

prefiro o que não vejo,

mesmo tentando esconder a ganância,

de meu estranho desejo.

 

 

 

 

Checheu
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