Tem algo que ainda esta engasgado,
as palavras sempre deixam uma lacuna,
e mesmo estando livre,
me sinto preso ao tempo,
o marasmo que ainda é marasmo,
o lamento que ainda é lamento.
Somos tão diferentes,
e fomos vencidos pela indiferença,
nada deixamos aos presentes,
nem mesmo nossa presença.
Abandonei minhas crenças,
e você nem reclamou,
agora já não sou mais parte de mim mesmo,
e mesmo que agora que não há sentenças,
e que continuo a esmo.
vejo que nada mudou.
Achei que seriamos um,
mas sempre fomos dois,
agora que a vontade já passou,
não há desejo nenhum,
deixamos tudo pra depois.
E assim volto pra minha casa,
fecho a minha porta,
a mesma que tu ousas em bater,
pegue tuas asas,
e voa por outras casas,
aqui não vou mais te prender.
Continuo engasgado,
e tudo isso é tão comico,
estou tão cansado,
engasgado no meu próprio vomito.
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