Sigo cego,

outras palavras,

que não são minhas,

fortes ousadas,

misturadas nas entrelinhas.


Creio no que cre o credo,

mas ainda sigo cego,

lavados conceitos,

reciclo preceitos.


Mortos estes fantasmas,

cada um segue com sua sina,

acredito no destino,

usando minhas armas,

cantando meu hino,

repassando minha doutrina.


Meu instinto esta extinto,

mas sigo minha verdade,

e mesmo sabendo que minto,

crio minha propria realidade.


Trabalho, casa, familia,

amar e ser feliz,

ser resultado da cria,

se assim mesmo se diz,

que tudo o que se consegue,

sempre é de alguem que assim quis,

e aquilo se persegue,

é resultado de ser aprendiz.

 

Penso a que mundo pertenço,

se fujo desse monstro chamado cotidiano,

desse trânsito hipertenso,

desse comportamento insano.

 

Sei que na rua ainda arde,

mentes confusas,

seres covardes,

cenas absurdas,

filmes de combate.

 

Longe da paz e perto do medo,

dentro do engano,

continuo seguindo meu credo,

meu espaço vou galgando.

 

Quero agora ser fiel cristão,

ou mente budista,

meio ala muçulmano,

meio veia artistica,

meio perfeito e meio ser humano.

 

Amo o que lembro,

odeio o que esqueço,

agora em nós penso,

depois já dispenso,

o que de fora pra dentro,

sobrou de bom senso.

 

E assim sigo cego,

tentando me fazer solitário,

satisfaço meu ego,

meio inteligente e meio otário.

 

 

Checheu
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