Quebra-me a rosa, rasga a seda
me decai o seblante ausente
de um vai e vem alucinante
como se fosse a qualquer instante
viver dormente.
Rouba-me o prazer, aquece a alma
entrega-me o absurdo em volta do nada
quando me diz em mudas palavras
o amor é tudo, o herói e a espada.
Voa -me a folha, espinho de laranjeira
o beijo me espeta
como uma lágrima na limeira
afogo os meus prantos, com o cheiro de terra seca
a mesma que me fortalece
e me ensina a entender
que este amor de outono
não pode esmorecer.

Salvador

Fábio Avanzi
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