Um quarto,
quatro paredes,
mobília,
noite escura,
janelas fechadas,
lá fora estrelas em vigília,
no quarto não se passa nada,
só o meu ressonar,
o ressonar dela,
o acordar para o xixi
e novamente ressonar!
 
Na noite coada,
chega a madrugada
e hora de levantar,
corpos acordados,
espantados, estremunhados,
olham-se, trocam beijos,
já levantados olham a cama,
nela, ainda deitados,
dormem desejos,
sem sinais de acordarem,
 a ressonarem

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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