POLÍTICO DA DOR

 
É, sou candidato, sim,
E novamente serei eleito
O homem de amor sem fim
Com maior saudade em seu peito.
 
Não queria esse trono,
Pena que não posso escolher.
Sinto-me um obrigado menino
Que o pai decide o que vai ser.
 
Queria até ser eleito,
Mas para ocupar outro cargo,
Um cargo perfeito
De homem mais amado.
 
No entanto, é uma pena!
É uma pena ser quem eu sou,
Um humano que ninguém se lembra
Que também vive de amor.
 
Sou candidato, sim, e daí?
Não pretendo fazer mal!
No sofrimento eu caí,
Só que não sou animal.
 
Todo político é ladrão!
Não, não é bem assim.
Nunca roubei um coração
Como roubaram o meu de mim.

Em época de eleição, sou mais um fortíssimo candidato. Só que diferentemente dos demais, peço para que ninguém vote em mim.

No meu quarto...

Rogerio dos Santos Rufino
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