Fui condicionado a isto,
perdi o tempo, perdi a hora
e ganhei o mundo.
Odisséia, a expressei contigo, vivi.
Percebi tudo, você não me esperou.
Táticas, as criei,
iludiram meu ego.
Tarde despertei, luzes ascenderam-me à ilusão,
oscularam meu coração.
Reverso do antagônico,
antes de conhecer você, tentei
dissimular aquele lado oculto,
forjei meu eu, fazendo-o adaptar ao seu eu.
Supérfluo, transformei meu amor em algo inexplicável.
Respirei seu ar, senti sua alma,
desejei seu corpo.
Suguei sua boca, aliviei sua angústia,
elevei seu pensamento.
Busquei, explorei, devaneei
secretos desejos, nossos na verdade.
Olhares perdidos, verdades insanas, alegrias amorosas.
Ventos soprando, mesclando com vastidão e falta de piedade.
Tempo calmo, tempo relapso, coração descontrolado,
palpitante, sofrido, coração pedindo mais de você.
Cura que não chega, ferida que não para,
amor que se eterniza, vidas que se separam.
Perco-me na imensidão dos pensamentos e,
com eles, muitas coisas se vão.
A vida não me esperou,
ela apenas aguardou a minha decisão.
E minha existência tornou-se inóspita, intempestiva, voraz.
Esqueci de você,
reposta alguma veio,
nunca desisti de tê-las.
Tinha necessidade de ouvi-las para que
eu pudesse seguir meu caminho.
Tardou, o esperado se tornou inútil.
Silêncio, resposta vazia e doída,
desdém a um coração apaixonado.
Aparecestes e com a sua presença
a flor mais bela perdeu seu encanto,
o pássaro não quis liberdade,
o vento parecia uma estátua,
a maré pediu calma.
A grandeza do sentimento
perdeu-se em meio à tanta desilusão.
Meu coração sangra últimas esperanças,
chora primeiras alegrias, fatiga-se
diante das novas promessas,
respira a sinceridade,
respiga as últimas gotas do desejo
e revive aquela história.
Amores nunca esquecidos,
paixões intensas e rápidas,
sinto um misto de tudo isso.
O amor prevalece latente,
um tanto manifesto um tanto esvaído.
© Todos os direitos reservados