Na noite anterior ao falecimento de meu pai (meu grande amigo), durante à madrugada, no hospital onde ele se encontrava internado, ele chorou e se lamentou pelo trabalho que estava dando.
Eu pude então dizer que ele cuidou de mim, quando eu era criança; cuidou de meu avô, até aos noventa e cinco anos e que agora, era minha vez de cuidar dele. O que eu fazia com orgulho, não só por gratidão, mas fazia por que o amava e admirava.
Sai, no dia seguinte, às onze horas. Ele estava bem. Receberia alta em breve. Faleceu às quatorze horas...
Algumas lembranças me acorrem, vez por outra:
Eu chegava em casa, vindo da segurança que fazia, lá pelas quatro horas da manhã...
Chegava com fome e fazia uma omelete de bacon, calabresa, cebolas e alho, que perfumava toda à casa.
Fazia sempre dois pratos pois, sem demora, ouvia o som de suas sandálias se arrastando pelo corredor da casa.
Ele sempre me perguntava: Ta fazendo o que?
Eu sempre respondia: _ Já fiz o seu.
Ele pendurava sua sonda vesical em um porta-partituras que eu mesmo fiz e ele, em sua sapiência e praticidade, transformou em porta-sondas.
Comíamos juntos, sempre... agora, não mais.
NO NATAL
No natal, nossa tristeza cresce
E, tanto mais, o quanto a gente ore,
Te suplicamos, não nos ignore,
Escutai Senhor, à nossa prece!
_Escutai Senhor à nossa prece;
_Escutai Senhor à nossa prece...
Senhor, escutai à Nossa Prece!
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