FECHAREI A CAIXA DE PANDORA

 

FECHAREI A CAIXA DE PANDORA

As poesias perdem forças...

Não querem mais falar de nós.

Fazem greve, piquete, rebelião,

motim... Estão em abstinência.

Mas murmuram seu sobrenome,

acalentando-me, dizendo que dor

maior eu teria caso não tivesse

provado do âmago da paixão.

O que fazer agora com os outros

livros que não serão escritos?

Apertados no canto a espera

que alguém venha soprar a poeira

e passe as costas das mãos no

mármore para decifrar a epígrafe.

Por mim jamais serão contados.

Pois emudece a aprendiz de poetisa.

Fecharei agora a caixa de Pandora.

railda masson
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