FIM DO MUNDO

Nós deixamos o orgulho descansando de lado,
afinal aquele seria “o dia do fim do mundo!”

Fizemos acusações sem sentido, ele recriminou-me por ter ido embora, eu por ele ter de mim fugido.
Falamos das saudades, dos desejos contidos,
das hipóteses de como seria andarmos abraçados.
Corações bateram fortes, corpos ficaram umedecidos.

A linha do telefone transmitia os nossos gemidos,
inocentes acorrentados pelo tempo de brigas perdido.
Aos poucos prelúdio de desejos, êxtase em desatino

Falamos e fizemos amor proibido pela linha.
Acaso se o mundo não acabasse e tivéssemos a chance 
de nos salvarmos um nos braços do outro, assumiríamos?  
Confessamos, dormimos juntos cada qual em sua cidade.

Noutro dia, voltamos a realidade do trabalho, da escola,
das nossas famílias legítimas.
O sol brilhava intensamente sobre os óculos escuros dele.
Somente o meu mundo tinha realmente acabado.

railda masson
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