CORAÇÃO HIPOTECADO

 


CORAÇÃO HIPOTECADO

Veio como quilha, trincando os icebergs, chicoteando
o oceano para chegar mais rápido, procurando néctar
para saciar sua sede de desejos, denominado Imperador.
Chegou como brisa fria em verão, com esperanças 

de afugentar a eutanásia em minha meia vida. 
Aportou tal fresta de luz de vez em quando na janela semicerrada, 

na bagagem trouxe apenas a ilusão  de ter trazido o amor.
Encontrou placa de hipoteca dependurada nos recônditos d’alma.
Fugiu com razão, foi avisado do perigo logo no portal da 

cidade fantasma, da qual tanto ouvira falar em viagens.
Melhor seria, não ter tentado amar iludindo  Messalina.

A muito desistida de encontrar guarida em outro negro olhar.

 
 
 
 
 
 

railda masson
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