Somente uma vez no fervor da gala,
no mais tafui de todos os saraus,
consente que eu dance contigo afoito
uma valsa de Strauss.
Teus pretendentes, eu sei, já são oito,
como sei que são homens todos maus;
ninguém quer só um beijo, num momento,
dessa valsa de Strauss.
Eles te olham e eu ando contra o vento,
perco-me nas procelas como as naus.
Ainda assim, sonho com teu sorriso
e co`a valsa de Strauss.
Sou ínfimo, contudo tenho siso...
os outros sempre pendem para o caos.
Dê-me este portento, linda senhora,
dançar contigo Strauss.
Antes que tudo acabe e venha a aurora,
abrindo-me caminho rumo aos vaus,
sem que no baile eu beije a boca tua,
nessa valsa de Strauss.
Vota-me, que te espero à luz da lua,
teu seio não é feito de calhaus.
Consente que dance contigo afoito
uma valsa de Strauss.
POEMA ESCRITO NO DIA 18/12/2003
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