Não era o meu sopro

 NÃO ERA O MEU SOPRO
 
Não era o meu sopro
que enfunava as velas dela,
mas mesmo assim,
vivemos eternidades
de palavras proibidas
sentimos horizontes
de sonhos acalentados
percorremos as efémeras
distâncias de amores negados
por fim chegamos ao fim
sem que o fim tenha chegado.
deitados na noite cansados
mudos e calados
ficámos a olhar desencontrados.
Carpimos magoas de pureza
sem a certeza
se podíamos ou não chegar
onde um dia fomos
capazes de sonhar.

Ezequiel Francisco
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