Lá se vai mais um dos nordestinos

Lá se vai mais um dos nordestinos

 
Lá se vai mais um dos nordestinos
De chinelo de couro, com seu chapéu acena
Despedindo-se da sua família
Indo lutar na vida contra o destino.
 
O pranto daquele pai
Deixam rastros de vida aonde cai
Com o sol latente vai se apagando
Só os filhos e a esposa estão ficando.
 
É chegada a hora de ir embora
O pau de arara vai fumaçando
Fica em paz família do nordestino
Onde ele estiver, por vocês estará lutando.
 
O pau de arara some no horizonte
E a imagem daquele que sem destino vai
O coração não aceita e a dor é grande
Mas não tem outra saída para aquele pai.
 
Dos seus filhos e esposa estão ficando
Os prantos que rolam pelo chão
Descendo a ladeira de terra vermelha
Voltando pra casa lá se vão.
 
Bem ao longe já é visível
Uma casinha solitária e pequena
Com janelas fechadas e bem escura
Parecia não ser real a cena.
 
Nem os cachorros, nem as galinhas
Nem os perus, nem os pássaros
Latiam, andavam
Corriam ou cantavam
E na comida...
Nem se quer tocaram
Pelo dono da casa
Ainda esperavam.

Josenilson Ferreira Leite
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