PAIXÃO EM REBOLIÇO

 Com olhos de águia,
me consome.
Seu beijo parece um precipicio,
e me atiro sem ver.
 
Seu corpo quente
nem se compara
ao mormaço
que do meu corpo
se  esvai.
 
Não há chão,
não há grama
que se pisoteie.
Não há nada que seja capaz
de se fazer reagir a seus encantos.
 
Meu corpo obedece ao instinto
de querer-te
nesta tarde, onde o sol
surge e evapora no horizonte.
 
Quero-te mais do que
água em reboliço.
 
Quero-te.
Apenas quero-te.
Mais do que meu corpo suporta.
 
E quero-te
como nunca quis outro
nesse reboliço.
 
Reboliço este,
que somente tu causara em mim
nesta celebração.
 
Amanhã, talvez nem nos lembraremos.
Nem tu  de mim
nem eu de ti.
 
Mas o reboliço que causara hoje em mim
é único.
E nenhum outro será capaz
de reproduzir em  mim
a sensação e a viagem
que me fizeste sentir.
 

Débora Garrido Lima
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