O PAÍS NO QUAL EU VIVO

Onde o mito
É empecilho pra razão;
A educação
Tornou-se algo perdido;
Se alguém corre perigo
É por mera diversão;
Onde o amor em união,
Não faz sentido.
 
Onde ser enaltecido
Tem segunda intenção;
Se sentir satisfação,
É pervertido;
Onde um ato proibido
Não recebe punição
E a comiseração
É alvo de riso.
 
Onde o outro indivíduo
Sofre discriminação;
Sua própria opinião
Pode feri-lo;
Onde o místico
Serve de consolação;
Onde a compensação
É o único objetivo.
 
Onde o homem é cativo
À sua própria condição;
Onde há mais obrigação
Que direito adquirido;
Onde o fraco e oprimido
Não merecem ascensão;
É enorme a frustração
No país, o qual eu vivo.

João Felinto Neto
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