Você se lembra do Judá? Não? Faz bem, esse cidadão é mencionado no primeiro livro da Bíblia, o Genesis, posterior ao diluvio, aquela chuvarada que mandou as profundas uma pá de cidadãos que não valiam um politico atual. Era filho de Jacó e irmão de José, aquele que foi vendido e sobre o qual falaremos oportunamente.
Apartou-se dos irmãos, foi morar na casa de um adulamita onde conheceu a filha de um cananeu , tomou-a por esposa e tiveram três filhos: Er, Onã e Selá, nesta ordem . O tempo passou , a gurizada cresceu e quando deu fé Judá descobriu que pelo menos Er e Onã estavam em idade casadoura. Como era costume na época tomou para seu primogênito a Tamar, como esposa.
Er, como nome já indica, era muito errado e não dava a mínima para Tamar, deu de negar fogo e preferia ficar longe daquela coisa confusa chamada sei lá como, o termo casamento nem existia e o danado do homem não queria saber de filhos, motivo imperioso para o acasalamento naquela época pois o mundo precisava de gente(Abusaram tanto que hoje tem demais) para povoa-lo. Assim sendo, perverso perante o Senhor Este o fez morrer.
Para cumprir o levirato, lei que obrigava o irmão logo abaixo do primogênito a casar-se com a viúva, caso não tivesse filho, note bem, filho, Judá chamou Onã e ordenou-lhe:
- Vai lá, possui a mulher de seu irmão para que ele tenha descendência.
Onã sabedor que o filho gerado não seria dele, mas do irmão falecido(Não havia DNA) não gostou nada da ideia e pensou desde ai dar um chega prá lá nessa loucura toda. Toda vez que estava no bem bom com Tamar, uns segundos antes do “Explode Coração” suspendia a penetração e jogava o sêmen fora, ação que foi apropriadamente chamada “coitus interruptus”. Já viu a que estava exposto o homem naquele tempo sem as famosas Olas, Jontex e outras mais, daí nascendo o termo onanismo, tido até como sinônimo de masturbação, face o desperdício do sêmen seja lá qual o termo usado. O Senhor não gostou nada daquela atitude e finou também a Onã. Sobrou Selá mas, em sendo muito jovem, não pode casa-lo com Tamar já apelidada na época de senhora pé-na-cova . Ordenou então Judá que Tamar se recolhesse a casa de seus pais e aguardasse Selá ter idade para que a tomasse como esposa. Assim foi feito.
O tempo passou, Selá se tornou um mocetão danado de bonito e nada de Judá casa-lo com Tamar para que cumprisse a tarefa enjeitada pelos seus finados irmãos e Tamar ali, toda esperançosa de passar por uma melhora. Mas que nada, Judá não se tocava, o que deixou Tamar tiririca e com o firme desejo de sacanear Judá no ultimo e mostrar seu lado safado e sem vergonha. Judá não perdeu por esperar.
Um belo dia a mulher de Judá resolveu encontrar Er e Onam, foi dar uma espiada onde os filhos estavam e não voltou mais. O nome da falecida não sabemos, o autor nos informa o nome do sogro de Judá, o popular Sua, mas da filha nem as iniciais. Foi ai que apareceu a oportunidade de Tamar.
Judá se juntou a um parceiro e foram tosquiar ovelhas em Timna e Tamar, sabendo do fato, tirou suas vestes de viúva, botou uma roupagem mais fresquinha , um veu cobrindo o rosto com parecença de meretriz e ficou toda oferecida onde Judá ia passar. Subindo para a tosquia ele a viu e como estava num atraso danado foi logo enquadrando a distinta com uma cantada esquisitíssima:
-Vem, deixa-me possuir-te(Meu medo é isso virar funk).
Tamar porem deu uma negaceada, se fez de difícil, deu a entender que Judá era um quebrado e ela não queria levar uma mão de vaca. Ele insistiu e ela perguntou como ele pagaria e combinaram o pega na base de um cabrito(Tanto quanto um carro do ano hoje). Como não havia cabrito algum com Judá , deu a Tamar, segundo exigência dela e como garantia seu selo, seu cordão e seu cajado. Ela os devolveria quando recebesse o cabrito.
A coisa naquele tempo era tão feia ou, sei lá, a situação de Judá era tão desesperada que nem o véu do rosto ela despiu, imagine o resto e, não percebendo ele tratar-se de sua nora partiu para os finalmente. Já imaginaram como seria um filme pornográfico da época, aquele bolo de roupa, manto, véu, sandália, turbante, cajado, selo, cabrito? A cargo da sua imaginação deixo a pergunta. Terminada a consumação do ato Tamar retornou a casa dos pais e vestiu-se novamente de viúva.
Terminada a tarefa de Judá na tosquia, tendo já retornado a sua casa mandou um mensageiro ao local com o cabrito para reaver as garantias que deixara. Nada encontrou o mensageiro apesar de perguntar a moradores do lugar sobre a prostituta do caminho de Enam e foi informado: nunca houvera nenhuma no local. O pau mandado voltou e informou não ter encontrado a simpática, tendo Judá dito que cumpriu sua parte, mandou o cabrito e se não foi encontrada acabou-se. Dormia tranquilo, por enquanto.
Como fofoca sempre existiu um belo dia chegou aos ouvidos de Judá que Tamar estava prenha de uns três meses tendo, portanto, adulterado. Viúva adultera? Pois é, vivente, mesmo morto o marido ainda era o dono da bola, ou melhor, da mulher, vai entender. Judá se abespinhou e mandou tira-la de casa para que fosse queimada, isso é que chamo de sogro da hora. E você ainda se queixa do seu.
Tirada de casa Tamar mandou um recado curto e grosso a Judá, mostrou o selo, o cordão e o cajado, dizendo:
- Do proprietário desses badulaques foi que concebi.
Judá quase teve quase um sopro no coração quando viu que tinha transado com a nora mas, com era cabra de tutano, admitiu:
- Mais justa é ela do que eu, porquanto não lhe dei Selá, meu filho .
Nunca mais caçou rolo com a nora que, ora vejam, ao dar a luz mais uma surpresa: gêmeos. Durante o parto vendo uma mão para fora a parteira lhe atou um fio encarnado, achando ser o primeiro. Num piscar de olhos a mão desapareceu e um outro nasceu, a concorrência estava forte para ver quem saia primeiro sendo que, a esse primeiro, deram o nome de Perez, nome que ficou famoso quando surgiu em Cuba a orquestra do Perez Prado. Posteriormente nasceu o que estava com o fio encarnado a quem deram o nome de Zera, pois que o estoque havia zerado e há quem afirme, por analogia, que do texto bíblico Judá e Tamar nasceu o termo tamarrado, muito em voga nos dias de hoje principalmente entre os cristãos evangélicos modernos.
Considerações finais:
O que dois não fizeram Judá fez , um filho para cada filho.
Essa Tamar sabia das coisas, período fértil, hora certa, estado do sogro, habilidade negocial, etc..
Mas, sinceramente, a vida sexual dessa mulher e das mulheres daquela época ninguém merece. Parece que a vida de Tamar encerra-se ali, como teria sido posteriormente? Existiam para procriar, de amor não se fala, em momento algum. Teria esse verbo nascido quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós?
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