Tolos corpos procuram a densa carne
No profundo limiar da escuridão
Se o pecado, no fim, for todo em vão
Em vão será a decência que se apaga
 
Eles caminham em alegre choro inflamado
Vertem água e fogo onde se atacam
Já no fundo gritam a dor em berro calado
Na louca briga onde o amor é libertado
 
Não há deus, nem mistério. Somente a vida
Somente o toque primitivo e ancestral
No teatro luxurioso e animal
 
Quanto calor, quanta imensidão, quanto langor
Quanta luz que emana, Quanta voz que chama
Quanta ternura no sereno fruto do amor.

Allyson Guerra
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