Ó minha doce senhora,
Minha dama preferida.
Dama que a toda gente enamora,
E de todos é a mãe querida
 
Senhora dos meus pensamentos,
Dos meus ódios e meus amores,
Dos meus desejos mais ocultos,
Das coisas belas e de meus horrores.
 
Ó minha casta senhora!
A ti são tantos os clamores,
Só o eleito por ti não chora,
Sorri feliz e te cobre de flores
 
Já o alijado da sorte,
Acha-te feia, fria, malvada,
Sem teu amor, deseja à morte,
A uma existência malfadada.
 
Quem é esta senhora maravilhosa,
Tão odiada e tão querida?
Ela é motivo de verso e prosa,
Esta senhora é a vida!
 

Só não ama a vida, àquele a quem a sorte não bafeja. Nem todos têm da vida privilégios, são alijados do sorte e na estrada por onde caminha só pisa em espinhos, são os desafortunados.

Lamento por quem a sorte não conhece.