Não é o angulo certo
que a precisão comporta,
é o convexo.
Não é a muda de roupa
que apruma o facho,
é a nudez.
Não é o bolero de Ravel
que acerta o passo,
é a dança.
Não é o que escapa
que à praga sobrevive,
é o que a mata.
Não é o lume do holofote
que atiça a plateia,
é a gravidade da voz.
Não e o sol que brilha
que o dia amanhece,
é o ar.
Não é a sede
que abre a garganta,
é o estio.
Não é o brusco
que ao rio corre,
é o ondulante.
Não é o oblongo,
não é a cereja,
não é a fogueira,
é o latejo.
Cris Campos
Cris Campos
© Todos os direitos reservados
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