As portas escancaradas
Remetem, desde espaços
Confinados, constritos,
A outros ainda mais.
Compartimentos seriados
De perdas e desilusão;
Sequelas, dores mal curadas
Sobem, sufocam com sua aflição.
 
Variegadas são as lástimas
De quem, limitado,
Não pode mais, porque não vive,
Morre de medo, ou não quer.
Liberdade, esta janela cega
Ao nada, ao outro lado;
Aberta a tudo,
Repele a mera noção,
O constrangimento insano
Da eterna prisão.

 

Uriel da Mata
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