Pelo orifício dos meus poros, exala uma essência
Paixão, desejos,sonhos, indiferentes a temperança
Livre da vergonha quando me entrego a aderência
A solidez do tempo a mercê da cor da esperança
Crucifico minha paixão, pelo coração que a ausência
Meu amor é clemência, ao destino cruel em pujança
A contramão da poesia, perdida no escuro da existência
Quando os passos em limite, o espírito na sente bonança
Lanço-me ao vento na tentativa de voar a bem perto
Ao lugar em que o extremo, se destina o que é paixão
Em controvérsia a barreira deste chão que o deserto
Avoluma a voz do silêncio, tornando-me um ser inquieto
Repudiando a face do acaso pelo entardecer de solidão
Quando os esboços da união, meu coração então é liberto
Murilo Celani Servo
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