Eu tenho uma dor secreta,
Ignota, dentro do peito,
Silente, triste, quieta,
Por meu castelo desfeito.
Eu oculto em meu olhar
A tristeza não revelada
Da noite escura a chorar
Com o vento da madrugada.
Meu canto é um canto lamento
Tal qual o de um anjo alado
A fitar com olhar atento
Um poema inacabado.
Eu tenho um pranto escondido
Com gosto de chuva fria
Em um lugar esquecido
Com cheiro de maresia.
Silente, triste, quieta,
Ignota, dentro do peito,
Eu tenho uma dor secreta
Por meu castelo desfeito.
Nair Damasceno
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