Lacrimis Civitatem

A cidade das mil lágrimas;

Guarda maravilhas nunca vistas e mistérios tão profundos;
Suas ruas que para aonde quer que sigam;
Sempre levam a lugar nenhum no silêncio do infinito;
Seus barcos feitos de sonhos navegando por rios espelhados de prata;
Que serpenteiam longe e deságuam em um oceano estrelado;
Aonde todos os contos tem sua concepção;
Seus dias são como primaveras que nunca chegam ao fim;
Banhada pelo esplendor dourado da alvorada;
E os suspiros dos ventos trazem consigo aromas inebriantes;
Mel silvestre, grama, canela, orvalho;
Seus pássaros nunca se cansam de murmurar doces canções ao ouvido;
Ao entardecer o crepúsculo lentamente vai ganhando cores de azul e vermelho;
Como se fosse pintado em aquarela;
E o dia termina seu último passeio com o sol a encontrar a lua com um beijo tímido;
Quando o cair da noite ela acorda para o carnaval da vida;
Com as suas milhares de luzes resplandecendo como pérolas;
E as sombras dançam sob a luz do luar;
Estações se estenderão;
As marés do tempo irão mudar;
Mas Lacrimis continuará;
Luz clara que brilhará acima de tudo;
Uma doce memória ressoando em nossas mentes.

 

Ben Elliot
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