Sou um rei opulento
que esbanja prazer e sustento.
Mas meu maior castigo
É ver meu herdeiro sendo mendigo

Abrigo um povo decente
que de tristeza ri contente
Ainda me ama com ternura
Inocentes de alma pura

Tenho terras sem agricultura
nas escolas escassa a cultura
o verde, a chuva, meu calvário
Sem falar do povo sem salário

Até criança perdeu a inocência
vendo tanta ganância e violência
Meu cetro não rege mais nada
Não contém a corrupção desenfreada

Minhas riquezas são roubadas
E por drogas cambadas
O verde da floresta
cor de carvão
A justiça por dinheiro vende o perdão!

Os rios vomitam lodo nos mares
Restos dos detritos dos lares
Que ignoram tantas coisas mil
Mesmo assim, ainda sou BRASIL...

Antonio Tonolli
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