Vasculhando o passado te encontrei no álbum de fotos,
E com olhos de orvalho ao tempo perguntei: por onde andavas,
E ele me respondeu: -que voaste nas asas do destino ignorado.
Então a saudade se faz triste a lembrança se achega de mansinho
E num relampear me faz ver todo encanto e desencanto daquela saga de amor.
Sem medo mergulho no mar de recordações me pondo a te procurar.
Meu coração aos gritos te chama, e dos meus olhos um grande nevoeiro se forma,
E por de traz da névoa densa eis que tu surges, toma-me nos braços, beijando-me com
A mesma intensidade de autrora.
Toda emoção vem à tona a fúria daquele amor adormecido acorda, trazendo nas mãos,
O perfume do desejo insano espalhando – o pelo ar, e por um instante todo o meu corpo é envolvido pelo aroma embriagador.
Mas, de repente a realidade bate a porta, e com sarcasmo diz: tudo não passa de devaneios, passado e futuro não se misturam, além do mais o passado agora faz parte de um arquivo morto.
Any Tavares
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