acordo em meio a sonhos estranhos,
não sei se realmente sonhos
ou tristemente pesadelos
sufocados pelo amargo da cidade.
procuro entre as faces
risos verdadeiros, mas,
só vejo costas distantes.
nada de mãos quentes.
como se fosse a ponta quebrada
de uma engrenagem frenética,
girando, girando, tonto, enjoado.
tudo gira quando paro.
engulo os cheiros,
os sabores me entranham.
pileques , venenos, devaneios,
nada de seios.
esse repugno natural
se explica nas disparidades.
fazer o que é entendível
nem sempre é o vigente sabor.
o ardor do tal cosmopolitano
é oprimido pela nostalgia
e destruído por reais sentimentos,
bucólicos, mas com bem menos teatro.
a resposta grita, silenciosa,
com todas as mascaras no chão,
retornando ao contexto prévio da vida:
efetivamente ser. chega de asma.
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