Inúmeros são os tormentos
Que me assolam a alma...
E tão poucas as razões
Para não abdicar de minha sanidade...
Meus olhos que outrora
Brilhantes como uma chama viva
Agora esboçam um reflexo
Cinzento e apático do brilho que ali houvera...
Em meio as mais secretas e belas lembranças,
Mantenho-me inerte,
Pois sem estas, ate mesmo o ar
Parece me faltar...
Lembranças as quais meu coração escondera,
Por medo de que as rédeas do dever e da obrigação
Tomasse- lhe o sopro de vida,
Que lhe restara.
Tamanho é o poder de meu cárcere,
Que mesmo em liberdade
Ainda sou cativo, pois as correntes que me aprisionam
Estão além da mera compreensão...
Em meu peito um grilhão,
Que me mantém afastado de minha redenção,
Enquanto meu corpo clama pelo teu calor,
Meus lábios por teus beijos e minhas mãos
Por mais uma vez tocar-te...
Por mais uma vez
Ter teus olhos frente aos meus,
Meu pesadelo e meu deleite;
São frutos do que não fui capaz de enfrentar...
Pois enquanto minha mente
Jazia cativa das obrigações,
Meu peito se dilacerava
A medida em que me afastava.
Muitas foram e são as noites
Nas quais ainda me percebo
Sonhando com teus braços a me libertar
Da realidade que anseia me tragar...
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