Gostar de flores não quer dizer
Que se tenha um jardim.
A imaginação é algo inerente a mim.
Pra toda e qualquer necessidade altruísta,
Sempre tem um pouco de egoísmo.
Querer-bem ao alheio não tem a ver
Com boa-vontade, mas, de repente, é falta de preocupação.
Não! Nem é assim tão pesadelo
Pensar que as coisas não são tão ideais.
Talvez, se tudo fosse perfeito,
O complemento seria desnecessário.
Complementar é sentimento...
Sentimento de se adequar.
Se contrapor ao tempo
É acreditar na solução supérflua.
Dissoluções têm sempre alguma valia.
E eu que te encontrei
Onde mais queria me perder.
Nem foi fingimento, nem foi necessidade,
Mas foi, de momento, um pouco de insanidade.
Mas onde está a normalidade
Em meio ao caos que é gostar?
Essa coisa de imaginar flores
Onde não existe nenhum jardim
É delírio de sensatez.
Não! Não é insensato
Quem acredita em sentimentalidades.
Exatificar tudo é acreditar no óbvio
E o óbvio nem sempre é a olho nú.
É complicado demais esse negócio de querer sentir mas ter que fugir.
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença