Vou fazer-te aquele cafuné gostoso,
Enquanto te deito beijos pelas faces.
Vou passar os dedos pelos os teus cabelos,
E deixar que o meu braço te entrelace.
Os meus suspiros embriagarão os teus tímpanos,
Derramando-lhes eflúvios de uma doçura fugaz.
E os teus olhos cerrar-se-ão em desejo
Para que te perdas num prazer salaz.
Cada toque de minhas mãos será como as plumas
De um cisne que se enrosca em tua fronte.
Em que tu mordendo a boca despercebido
Esquece de si mesmo em tênue instante.
Hás de suspirar o meu nome embevecido
No esquecimento que te oferece o meu carinho.
Até que o teu desejo, ave auriplume,
Alce vôo do seu recatado ninho.
Então ficarás dependente de mim,
Serei o ópio que te fará falta à noite.
O meu toque, os meus lábios e o meu jeito,
Farão-te escravo e te serão açoite.
© Todos os direitos reservados