Olhos que não querem ver,
Ouvidos que não querem ouvir,
Evangelho da prosperidade
Batendo à sua porta.

Vontade de ser, de crer,
De poder e de ter prazer,
Contudo, sem querer se envolver.

Imagens suprem o lugar do imutável,
Esculturas no lugar do incorrúptível.
Peças lindas feitas por mãos humanas.

Crenças diversas,
Religião? - Não falo de religião e futebol.
Há vários deuses que no final é "um só".
Tudo isso nos envolve como
Que necessariamente tivéssemos que aceitar.

Preceitos e teorias,
Física e cálculos matemáticos,
Suprem a essência do ser.
Tudo pode ser respondido, dizem "eles".

Bancos de igrejas cheios de
Coração vazios,
Bancos de praças cheios de
Corações necessitados.

Sobre o palanque "eles" gritam,
"Eu" vou mudar isso ou aquilo,
Mas nada acontece.

Nos hospitais "eles" clamam:
Alguem me ajude!
Não há ajuda!
Os corações se esfriaram.

Dentro dos túmulos,
Estão escondidas idéias e sonhos,
Que nem sequer saíram do papel.

O trabalho e a busca pelo material,
Justifica a falta na família.
Família? O que é isso?

O coração enganoso observa acima
Daquilo que o físico pode alcançar.
Corre atrás dos "objetivos" da mesma
Forma que a palha é levada pelo vento.

Este é o mundo em que vivemos.
Não há identidade, não sei onde estou.
Quem sou?