Ouço ao longe a sirene a tocar
Rapidamente ouço o som se aproximar
Será ambulância, a polícia ou os bombeiros. (não encontrei o ponto de interrogação)
Uma sensação estranha me invade
E arrepio o corpo inteiro.
Ouço tiros, ouço balas zunindo pelo ar
Minha filha me olha assustada
E eu não seu o que falar
Corremos para o guarda-roupas e ficamos escondidas
Lá fora a maior confusão
Aqui dentro, eu e minha filha
Aflita, ela chora, ela grita
E eu tento selenciá-la com a mão
Apavorados batem a porta
Me chamam e reconheço as vozes
Ouço súplicas, ouço tiros
E o silêncio então se faz
Oro o Pai Nosso, chamo por Deus
Mas a tragédia e evidente
Desesperada, corro e abro a porta
Não acredito no que vejo a minha frente
Dois corpos estendidos no chão
Meu marido e meu irmão.
Nesse momento desafio a sorte
Não tenho medo da morte.
E em um gesto suicida
Grito coisas que ninguém ousaria cochichar.
Sinto a bala entrar em meu corpo e atravessar meu coração
Sinto o vento soprar meu cabelo
Me ajoelho e caio no chão
Minha filha os prantos
Vem correndo e segura a minha mão.
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