O mar está revolto...
As ondas lambem a praia
Com suas espumas embranquecidas...
E lá estou eu a te lembrar,
Vejo-te ao longe...
Longe dos olhos, mas perto, no coração.
Sinto meu corpo tremer,
Mas não é frio, é a vontade de te ver...
De te querer, de ser só teu...
Olho ao meu redor, mas...
Mas o que vejo são simples
Vultos da noite, que vem para
Tirar-me do vôo que estou dando
Pelos ares a sua procura.
Concentro-me e luto contra esses seres
Que meus pensamentos criaram,
Consigo detê-los...
E volto a pensar em te.
Penso em nossos encontros
Que já se foram, em nossos.
Caminhos, que não mais existem.
Penso em teu rosto meigo
Em seus lábios quentes,
Em seu corpo macio e em toda
Sua meiguice...
Pois, ninguém quanto eu.
Sabe o quanto és boa...
Cheia de afeto e de amor,
Dona do meu eu interior.
29/12/1986
© Todos os direitos reservados