Estranho,
De repente tudo muda.
O que era assim, assim ficou.
O presente passou para o passado
E minha boca ficou calada
E meus olhos parados
E minhas mãos quietas, pesadas
E minhas vontades pela metade/desistidas/iludidas
À minha volta que antes espaço não havia
Hoje há espaço, todavia
Sinto-me só, num espaço infinito
Sinto-me distante, incapaz de ouvir meu próprio grito.
Tenho pressentimento de não possuir sentimento,
Mas o pré-sinto quando pressinto.
E me é tudo tão estranho
Como se o sangue fosse estanho
A massa do pão fosse castanha
É tudo um grande vazio
Tudo calado, atado
Sinto-me um coitado.
Ouço vozes, coisas, arrepios.
Ouço o vento, o trepidar.
Sinto meu corpo alado querer voar
Desloco-me acima de meus sonhos
Transcendo o real e você ainda está lá
De alma e vida alimentando-me
De esperanças em busca de uma nova vida                                                                                                                                              Cheia de cor, som, ritmo, muita alegria e um recomeço