Ama a cigarra        a cigarra,

ama a formiga      a formiga,

ama o falcão      o falcão:

 

e me todo o tempo ou o espaço

por mim             eu amo a poesia

a ser-me no coração.

 

nada mais doce do que ela

nem o sonho          a primavera

nem as flores e as ablehas -

 

e canta sem pedir nada,

humilide na sua azáfama

mas de voo audaz        perfeito.

 

ANTÓNIO SALVADO, Auras do Egeu e de todos os mares, Fólio Exemplar, Lisboa, 2011.

 

 

 

 

António Salvado
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