Estou tentando te encontrar pra depois eu me perder...
Estou pensando em te amar,para então me arrepender!
Procurando te entender não sei como nem por quê.
Te buscando no caminho,no atalho e no viver!
Te procuro pela estrada,pelos becos, pelos bares.
Vejo cartas,cartomantes,olho mãos em quiromantes.
Chuto latas e te caço, como astronômos a estrela.
Espio pelas frestas,fechaduras e vazios!
Tento ver-te no olhar do viajante que passa,
Nas esquinas da minha vida,esbarrar no teu abraço!
Te procuro em pensamentos, em tarôs em pitonisas,
Volto ao passado e não te encontro, no futuro não estás!
Não és presente em minha vida, em que lugar te escondes?
Onde será que vives? não sei se perto, se longe...
Te procuro em uma história,que sei que não tem fim...
Te busco em pensamentos,na bruma , no céu no vento,
E quando penso que encontrei te afastas de mim.
Levado pelo destino,ou por caminhos opostos.
Será que passastes por mim, depois que o sinal abriu?
Fui eu quem não te olhei,ou você quem não me viu?
A noite te traz nos sonhos,o dia te leva de mim!
Sigo os pontos cardeais numa procura sem fim...
Seguirei te buscando em devaneios,em delírios febris,
Em rios, luas, estações,em tristes céus de agosto,
Mas o destino nos leva por caminhos opostos...
Vasculho minhas memórias,as lembranças,os baús.
Em galáxias e nebulosas vislumbrei um rastro teu.
Subi ao monte Olimpo e procurei-te num deus!
Lanço teu nome ao vento,ouço o eco do meu grito.
Será que habitas as estrelas,o cosmo, o infinito?
Te afastas como as vagas,como a bruma da manhã...
Mando recados e mensagens,faço preces e orações.
Te procuro em ciclos,em ciclones,furacões!
Na leve e mansa brisa que passa, já tentei te encontrar.
Na chuva que cai de mansinho,no temporal que desaba!
Nas frias madrugadas,nas noites quentes de verão,
Em crepúsculos,em nascentes,em horizontes sem fim...
Em uma estrela cadente,em rostos na multidão.
Te desenho nas espirais da fumaça do meu cigarro,
Te procuro dia após dia,nos jornais e nos diários.
Classificados e filmes e até em contos de fadas
Te procuro na velhice,na juventude que perdi.
Me debruço em janelas, te espreitando com o olhar!
Estou à beira do caminho,te esperando passar.
Deixo pistas onde passo,faço sinais e cartazes...
Afixo minha procura nos muros e nas árvores,
Nos guetos, avenidas,ruas e praças e calçadas.
Te desenho,idealizo,concreto ou abstrato!
Minha solidão te procura,te retoca,te realça...
Levo a vida a procurar, perco tempo e tu passas!
Linda Lacerda V.V.,nov'2011
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