E M S O L I D Ã O
Ialmar Pio Schneider
Fumaça que nasceu do meu cigarro
e morre pelo espaço na investida
de ser alguém, de ter u’a longa vida:
assim é o homem que nasceu do barro.
Oh! quantas vezes na saudade esbarro
e a solidão a descansar convida;
talvez não sinta que a fatal descida
seja o fruto do sonho mais bizarro!
E procuro seguir o meu caminho,
sem refletir, no entanto, que sozinho
é mais árdua a jornada do infeliz;
e que se a morte o surpreender um dia,
há de encontrá-lo na manhã vazia,
sem nada ter de tudo quanto quis!
Publicado no jornal “O PALADINO” de Soledade (RS) em 1966.
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