Olhos de mulher.
Encanto divino.
Doçura suave.
Brilho que é convite
para a liberdade
e para prisão.
Clausura e delicadeza.
Pureza e paixão.
Guardiões de segredos
que se revelam
apenas no silêncio
das almas extasiadas.
Lugar seguro,
caverna em fenda de rocha,
oculta em mata fechada.
Densa floresta,
rica vegetação,
convite para descanso
ao corpo exaurido.
Para recuperar as forças,
para ali erguer moradia.
Com sentimentos masculinos,
demarcar seu território.
Abrindo uma clareira,
reconhecendo o ar celeste,
nele pressentindo o perfume
de mulher em flor.
Querendo ir além,
imaginando ter asas,
Ícaro a debater-se
em voo.
Sendo herói solitário
que se perdeu
no horizonte,
que se perdeu de si,
para encontrar-se num olhar.
Gilberto Brandão Marcon
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