Quando és fogo

Sou fumaça

E se és grito

Sou mordaça

A pedra marcada do jogo

Que termina no infinito

 

Quando és volúpia

Sou a caça

E se és ócio

Sou a cama

Carinho que arrepia

Como o frescor do rócio

 

Quando és ternura

Sou carência

E se és ira

Sou paciência

Clamor da alma pura

Aos bons augúrios da lira

 

Quando és mistério

Sou vidência

E se és pavor

Sou a essência

Do silêncio do ascetério

Que recria o amor

 

Quando és fogo

Sou volúpia

Quando és ternura

Sou mistério