A ilusão murmura ao tempo

Falsas liras doces

Como se tempo a ilusão fosse

Para eternizar o contentamento

 

Que escorre por encanto

Por tênues vias gêmeas

No sangue de machos e fêmeas

Que se amam por enquanto

 

Em frágil desejo inverso

Que bebe em porcelana

A fé miúda e insana

Do compromisso submerso

 

Mas reina do lado oposto

Onde não há a ilusão doce

Como se doce a ilusão fosse

A verdade de doce gosto

 

Do amor que requer mais tempo

para fixar sua raiz

e esperar ser cicatriz

o que não é contentamento

sergio néspoli
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