Eu quero a paz para as mães desesperadas e desamparadas da Somália, bem como da mães da Plaza de Maio, das palestinas e das de Israel. Daquelas cujos filhos estão bem ali nas esquinas, sofrendo o risco do inesperado ou da cooptação para delinqüir. Eu quero a paz
[ para todas as mães.
Eu quero a paz de quem sofreu os horrores da rosa de Hiroshima, de Chernobyl, de Goiânia e de todas as rosas desonrosas e horrorosas; crivadas
[ de cáusticos e radiativos espinhos
Eu quero a paz para crianças, que possam dormir em leito seguro e limpo, donde o tempo passará leve, suave e cálido, para um despertar solar no próximo amanhã. Tendendo a plenitudes em vida e no cotidiano do iluminismo na qual a humanidade
[ persistirá em seu caminho
Eu quero a paz de todas as ilusões que desmistifiquem as entranhas da dura realidade, e façam brotar os ideais da integridade, que impele o ser a novas fronteiras, além de atar humanos laços que dissolvem solidões
[ De apenas o simples sim ser um sim e um reles não ser um talvez
Eu quero é a paz do silêncio, não das línguas cansadas, mas daquelas que articulam carinhosamente: gosto de você, nós permutamos, perdoamos, aceitamos, sorrimos, amamos Conquistaremos então, se possível toda a felicidade que houver . . . e depois, poderemos até morrer em paz, quando nascerão flores: alegres, alvas, brancas, ao cerco do túmulo
[ como num abraço.
[ Posta, postulada e póstuma . . . guirlanda de Paz
Em 1981 a ONU fixou uma data permanete para a celebração do DIA INTERNACIONAL DA PAZ em todo dia 21 de setembro. O dia foi instituido como data de cessar-fogo e de não violência, onde houver conflito, em todo mundo. Nosso texto procura descrever algum espírito dessa iniciativa, que me parece justa. A menção as mães, especialmente da Somália, refere-se ao ato de abandono destas de seus filhos a beira das estradas, porque certamente com elas morrerão de fome. É dramaticamente um ato de amor ao abandona-los . . . ó dolorosa.
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