Vou deixar a porta aberta
É pra você, sempre pra você
Retirei as travas, os trincos, as chaves, os cadeados
Abri as janelas, deixei o sol entrar, o vento, a brisa, a luz
Tudo para arejar o ambiente para quando você voltar
Às vezes anoitece e você não vem, mas a porta permanece aberta
Posso ouvir tuas pegadas de longe, o vento antecipa o teu cheiro, eu o conheço
O som rouco da tua voz já invade o ambiente, teu sorriso frouxo me faz rir também
Vou deixar a porta aberta
É pra você, sempre pra você
Sento, olho, espero e espero
E você não vem
Aquela música que você não ouviu
Aquele livro que você não leu
Aquele choro que você não impediu
Aquela porta que você não abriu
Tudo aconteceu e você não viu, não viu
Mas ainda vou deixar a porta aberta
 

Luiza de França
© Todos os direitos reservados