Traçaram-me o destino
e definiram o meu caminho,
e com rumo apontado ao diabo
engaiolaram-me em vontades alheias
e vi-me prisioneiro
no inferno de Dante
E na Caixa de Pandora,
que abri
nela mergulhei,
e em cenas macabras e feias,
me envolvi,
traçando ao meu semelhante
um novo rumo
com destino infernal,
aprisionando também
com sorte igual
o seu filho que chora
Mas eu não quero este meu rumo,
este meu destino, este meu carril.
Porque sou pássaro andante
e não dom Quixote,
o cavaleiro errante
da triste figura!
Porque não quero ir por aí.
Porque não combato
moinhos de vento,
mas sim,
desfraldo as velas
que meu novo rumo traçam.
Porque sou pássaro liberto em Abril,
navego nas asas da liberdade
e sei que não quero ir por aí
e sei que não vou por aí
até que o traço do meu carril
trace de novo o meu destino
e me afaste das figuras de Dante
e me eleve ao paraíso,
ao meu sorriso
e ao abraço do meu semelhante!
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