Para a tua beleza tu és o encanto

o medo do comum e do profano

a imagem do engano

dano, cor e sonho.

 

Para a tua beleza tu és abstrata

medo da angústia falsa

hipocrisia disfarçada de amor

ódio, paixão e flor.

 

Para a tua beleza tu és o abrigo

medo de correr perigo

personagem fora de risco

vazio, insensato e maldito.

 

Para a tua beleza tu és estranha

medo do absurdo

melancolia em prantos

incompreensível, frio e demente.

 

Para tua beleza tu és o ramo

raiz impenitente da flor

punhado de semente de amor

rude, gelada e incolor.

 

Para tua beleza não há explicação

inexata, sem percepção

onipotente, estilhaça os gemidos

inoportuna, me faz perder o juízo.

 

Para tua beleza não tem igual

não reflete o que tens por dentro

rude, insana, descomunal

é cega, beleza superficial.

 

Fábio Avanzi
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