Escrevo como quem escreve
uma carta de amor nostálgico.
Distraindo meu “eu”... trágico,
visualizando nosso amor breve.


Minhas mãos deslizam frágeis,
entre um verso e outro, zombando,
das incertezas, sempre reverenciando.
diálogos de cenas ardentes e afáveis.


Na busca de uma das lágrimas,
que esquecida molhou minha alma.
Vagueio entre as palavras com calma,
na busca incessante de algumas rimas.


Uma luz ofusca o brilho das vitrines
que repassam minha vida numa tela.
E as palavras e rimas vêm e te defines,
num poema que chora e nos atrela.

Sandra Almeida
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