Você me olha,

e quanta singeleza nesse olhar

fico estupefato com esse brilho

que parece me penetrar

por toda a minha entranha

Fico desnudo, nada falo, nada digo

mas o que eu poderia dizer com esse

seu jeito       meigo perspicaz de ser?

Ah, como é torturante lhe ver sem

poder lhe tocar

Inebriam-me-ia se possivel fosse

mesmo que por míseros minutos

ao seu lado

Sua beleza deveria ser indeleve.

Os seus olhares dizem tantas coisas,

mas ao mesmo tempo tornam-se estéreis.

Do que vale alimentar-me desse brilho se

ele se apaga no momento em que você se

vai?

Você tornou-se uma incognita diante dos meus

desejos.

José Marcos di Ayres
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